A saída de Ronaldo Foloni do cargo de administrador da Santa Casa de Casa Branca, apenas 20 dias após sua nomeação, trouxe à tona dúvidas sobre a transparência da prefeitura no processo de intervenção e na contratação de profissionais para a gestão da entidade. Foloni, que já havia sido denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) na operação Ouro Verde e preso preventivamente em processo-crime, foi escolhido pela entidade mesmo com o histórico de envolvimento em investigações sobre desvio de recursos públicos na área da saúde.
A nomeação de Foloni e a condução do processo pela prefeitura geraram críticas da população e de lideranças políticas. Um dos principais questionamentos está na ausência de clareza sobre os critérios adotados para a contratação da empresa gestora e o papel da prefeitura na escolha de Foloni como administrador. Relatórios encaminhamentos ao Ministério Público apontam irregularidades históricas na gestão da Santa Casa, incluindo supostos desvios de recursos e falta de prestação de contas, o que reforça a necessidade de maior controle e transparência no processo.
Em nota, a prefeitura se pronunciou sobre o caso, informando:
“A Prefeitura informa que o processo de contratação do administrador da Santa Casa estava em curso por meios próprios da entidade, que analisou currículos de profissionais da área. Após essas análises, o profissional em questão foi convidado pela instituição.
A Santa Casa então iniciou o processo para contratação, durante o qual a equipe tomou ciência sobre situações anteriormente ocorridas envolvendo o profissional. A secretária de Saúde, interventora na entidade, após apurar as informações, se reuniu com o profissional e determinou a suspensão do referido processo de contratação, observando que neste período nenhuma decisão fora tomada por ele.”
Apesar da nota, lideranças destacam que a falta de transparência no processo de intervenção, iniciada para supostamente sanar problemas administrativos e financeiros, segue sendo um ponto crítico. Denúncias como a inexistência de atas de conselhos, a suposta terceirização do Posto de Pronto Atendimento (PPA) sem autorização e o uso irregular de recursos públicos aumentam as preocupações da população.
Moradores cobram explicações detalhadas e documentos comprobatórios sobre as decisões tomadas pela administração municipal em relação à Santa Casa. “É inadmissível que questões tão sérias sejam conduzidas sem clareza e diálogo com a população. A transparência é um direito de todos e deve ser cumprida pela prefeitura”, afirmou Antonio Carlos, morador de Casa Branca.
A Santa Casa, a principal instituição de saúde de Casa Branca, segue em busca de estabilizar sua administração, enquanto denúncias e investigações continuam trazendo à tona problemas estruturais de longa data.
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