Desde que foi afastado do cargo em 21 de dezembro de 2022, o prefeito Marco César de Paiva Aga (Republicanos) continua recebendo seu salário integral como prefeito ativo, no valor bruto de R$ 23.135,49 mensais. Até o final de 2024, ele terá acumulado um total de R$ 578.387,25, pagos com recursos públicos, mesmo sem exercer as funções para as quais foi eleito.
Durante o mesmo período, a cidade também tem arcado com o salário do prefeito Eduardo Nogueira Marçon (Republicanos), que assumiu o comando da administração municipal após o afastamento de Marco César. Com ambos os salários somados, Casa Branca terá desembolsado mais de R$ 1,1 milhão em vencimentos para dois prefeitos desde dezembro de 2022.
O afastamento de Marco César ocorreu durante a Operação “Casa Limpa”, deflagrada pelo Ministério Público (MP), que investiga corrupção ativa e passiva, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo o MP, agentes públicos receberam subornos de uma empresa privada de saneamento básico em troca de favorecimento em contratos de água e esgoto. Ainda, uma delação da Lava Jato apontou que Marco César teria recebido propina durante sua campanha eleitoral da empresa que ganhou a concessão de água e esgoto em Casa Branca.
Diante dos indícios, o vereador Thiago Damaceno (PL) apresentou um processo de impeachment contra Marco César na Câmara de Vereadores. No entanto, a comissão processante formada por Fabiana Sandoval, Marcus Azevedo e Marquinho do Transporte arquivou o processo sem levá-lo à votação final, alegando que eles perderam os prazos para apresentação do relatório final. A decisão dos vereadores não só inviabilizou a cassação, mas também permitiu que Marco César continuasse a receber seus salários, acumulando mais de meio milhão de reais desde o afastamento.
A falta de ação da comissão processante foi amplamente criticada por eleitores e lideranças locais, que apontam para uma omissão dos vereadores diante de um caso tão grave. “Se a cassação tivesse sido concluída, esses pagamentos indevidos teriam cessado, e os recursos poderiam ser direcionados a outras áreas da cidade”, destacou um morador indignado.
Enquanto Marco César segue recebendo seu salário, Casa Branca enfrenta as consequências financeiras e políticas da crise. O caso evidencia o impacto da inércia legislativa e reforça a importância de uma atuação mais firme e responsável dos representantes do povo para proteger os recursos públicos e garantir justiça em situações como esta.
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