Você já sentiu que o tempo está voando ultimamente? Segundo o The Telegraph, essa percepção tem fundamento científico. A Terra está girando mais rápido do que o normal nos últimos 50 anos, completando sua rotação em 1,4602 milissegundos a menos do que os habituais 86.400 segundos.
Essa aceleração na rotação terrestre é resultado de complexos movimentos do núcleo, dos oceanos, da atmosfera e de influências celestes. Fatores como a fricção das marés e até o derretimento sazonal da neve nas montanhas contribuem para essas variações.
A introdução dos relógios atômicos em 1960 permitiu medir com precisão a passagem do tempo, revelando que a rotação da Terra é mais variável do que se pensava. Até então, acreditava-se que o planeta estava desacelerando gradualmente, ajustado ocasionalmente com segundos bissextos. Entretanto, desde o ano passado, houve um aumento significativo na velocidade de rotação, registrando o dia mais curto em 2020.
Essa mudança levanta questões sobre a necessidade de ajustar os anos bissextos e os medidores de tempo atômicos, potencialmente removendo um segundo dos relógios globais pela primeira vez na história.
Peter Whibberley, do National Physical Laboratory, afirma que a Terra está atualmente girando mais rápido do que em qualquer momento dos últimos 50 anos. No domingo (3), um dia solar durou apenas 23 horas, 59 minutos e 59,99998927 segundos.
Embora essa diferença possa não ser perceptível para a maioria das pessoas em curto prazo, sistemas modernos de comunicação e navegação por satélite dependem de um tempo consistente com as posições do sol, da lua e das estrelas.
Os cientistas também exploram a possível relação entre o aquecimento global e essa aceleração na rotação terrestre, considerando o impacto do derretimento das neves e mudanças nas montanhas nesse fenômeno.
Enquanto isso, especialistas em tecnologia expressam preocupações, já que muitos sistemas modernos dependem do chamado “tempo real”. Propõe-se a transição dos relógios globais da hora solar para a hora atômica como uma solução potencial para lidar com essa instabilidade na rotação da Terra.
A aceleração do tempo, proveniente dessas mudanças na rotação terrestre, permanece como um intrigante mistério a ser explorado pela ciência.
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